Construção civil com boas previsões em médio e longo prazo

Sexta-Feira, 18 de julho de 2014

Economistas do Sinduscon-RS e CBIC, palestrantes no 3º Meeting da Construção, mostram que retomada passa por mudanças do governo

A noite de sexta-feira, 18 de julho, foi para refletir o cenário econômico brasileiro e estadual da construção civil para mais de 110 pessoas de Bento Gonçalves e região, por meio do 3º Meeting da Construção. O evento foi realizado pela Ascon Vinhedos, no Salão Carmenére, no Dall´Onder Grande Hotel.

O presidente da Ascon Vinhedos, Diego Panazzolo, deu início ao evento dando boas-vindas a todos os presentes e falou da importância da realização anual do Meeting da Construção para a atualização do setor. “Essa terceira edição traz dois grandes nomes do setor e, com isso, pretendemos que os participantes tenham um panorama real e perspectivas”, destacou.

O economista do Sinduscon-RS, Assilio Luiz Zanella de Araújo, apresentou o “Panorama da Construção Civil no RS” e, com base em dados da Confederação Nacional da Indústria (CNI), mostrou que a falta de perspectiva entre 2007 e 2014 gerou queda no índice de confiança industrial. O atual índice é inferior a 2009, ou seja, em período de pós-crise internacional. “Há um total descrédito, comprovado também pela queda da confiança do consumidor”, ressaltou. Para Araújo, dois fatores explicam o fraco desempenho do setor em 2013 e primeira metade de 2014, inclusive no Rio Grande do Sul, que são: diferenças e atrasos na aprovação de projetos pelas prefeituras e a morosidade na concessão de licenças por parte do Corpo de Bombeiros em virtude da nova lei de prevenção contra incêndios, conhecida como Lei Kiss.

De acordo com Araújo, o cenário para o restante de 2014 não é promissor. Para 2015, o ano será mais complicado com uma série de reajustes pelo governo, aumento da inflação e da taxa de juros e redução do investimento público. “O setor não passará ileso, não haverá recessão, mas sem grande evolução”. Por fim, o cenário em médio e longo prazo conta com três fatores: déficit habitacional elevado em comparação a padrões internacionais; crédito imobiliário baixo em relação a outros países; e crescimento da economia brasileira dependerá de mais investimentos em infraestrutura por parte do governo, como ações do PAC e concessões de portos e aeroportos que já iniciaram.

Cenário econômico prospectivo

O economista da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), Luis Fernando Melo Mendes, abordou o tema “Cenário econômico prospectivo na construção civil”. A entidade trabalha com 72 entidades ligadas à construção nos 26 estados e o Distrito Federal. Para o economista, o momento recente é de inflação elevada; desemprego baixo com queda dos empregos formais; pressão sobre custos, especialmente da mão de obra; economia mundial em recuperação lenta; mercado interno com atividades em ritmo fraco e o rebaixamento do Brasil na classificação da dívida soberana.

A reflexão disso, segundo Mendes, é que há um sinal de esgotamento gerado pelo consumo, além disso, o mercado de trabalho, a elevação da renda e da qualidade de vida das famílias não permanecerá por muito tempo descolado do cenário de desequilíbrio da atividade do setor industrial e da construção. Para Mendes, três variáveis críticas para a sustentabilidade do modelo encontram-se sob risco: emprego, renda e investimento. “Há desconfiança do empresariado da construção e o índice de expectativa está abaixo de 50 pontos, ou seja, mais empresários dizendo que não confiam”. “A CBIC espera maior eficiência e isso passa pelo governo, por meio de processos de produção”, ressaltou.

Para o presidente da Ascon Vinhedos, as palestras atenderam ao propósito que era mostrar o presente e o futuro da economia e da construção civil. “Em curto prazo verifica-se estabilização do setor, porém as perspectivas em médio e longo prazo são boas. Os índices são favoráveis, como, por exemplo, do crescente aumento do crédito imobiliário embasado”, concluiu.

Fotos: Lucinara Masiero / Conceitocom Brasil

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